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segunda-feira, 11 de junho de 2012

LUIZ GONZAGA, GONZAGÃO





Hoje acordei saudoso
Do nobre Rei do Baião
Que tanto alegrou o povo
Da cidade e do Sertão
Luiz Gonzaga é o seu nome
E o apelido é Gonzagão


Gonzagão nobre poeta
Da cultura popular
No Brasil de Norte a Sul
Fez sua estrela brilhar
Cantando Xote e Baião
Fez a sanfona falar


Na fazenda Caiçara
Nasceu o Rei do Baião
Cresceu tocando zabumba
Mais tarde acordeão
E pelo país inteiro
Mostrou a dor do Sertão


Numa sala de reboco
Dançou com o seu benzinho
Viu Asa Branca voar
Partindo triste do ninho
Mostrou o flagelo da seca
E dançou Xote de mansinho


Por um amor proibido
Luiz Gonzaga apanhou
Revoltado com os pais
O pé na estrada botou
E sem saber o que fazer
No exército se alistou


O "cabra da peste" Gonzaga
Nordestino arretado
Viajou pelo Brasil
Ainda como soldado
Mas no Rio de Janeiro
O "cabra" ficou encantado


Pediu dispensa da farda
E na zona foi tocar
Solando acordeão
Foi tentando se firmar
Tocando samba e choro
Não saia do lugar


Mas como um soldado bravo
Luiz Gonzaga insistiu
E num programa de calouros
Despontou para o Brasil
Quando a platéia de pé
Empolgada lhe aplaudiu


Aos poucos Luiz Gonzaga
Foi mostrando a Nação
Com talento e humildade
Como se canta Baião
Conquistou ricos e pobres
Na cidade e no sertão


Cantou com desenvoltura
Toada, xaxado e xote
Aboio, chamego e baião
No sudeste, sul e norte
O fole da sua sanfona
Somente calou-se com a morte


No ano oitenta e nove
O Brasil entristeceu
Quando o fole da sanfona
De Gonzaga emudeceu
Naquele dois de agosto
O Rei do Baião morreu


Gonzagão deixou saudades
No coração do Brasil
Naquela manhã de agosto
Quando daqui partiu
Mas seu canto ainda ecoa
Pelo céu azul anil



Lucas Borges.



segunda-feira, 4 de junho de 2012

Analise das Músicas


Analise da Música - A vida do viajante


Analise da Música - A triste partida









O gênio da cultura Nordestina


 O gênio da cultura Nordestina

É neste ano de 2012 que se comemora o centenário de um dos grandes artistas da cultura nordestina, Luiz Gonzaga. Um gênio, um músico, um artista, ele criou suas músicas baseadas na cultura nordestina e nos conflitos sociais vivenciados por ela, seu estilo era o baião, xote e xaxado. Em suas composições eram ressaltadas características da sua família.

Ele falava sobre o convívio com seus pais e nos mostra que naquela época se tinha um respeito maior entre pais e filhos, como na música: (Luiz respeita Januário) ele retrata bem isso e mostra que os pais sempre estão acima dos filhos.Em ( Asa Branca) ele fala do sertão e da seca.

Ele criava suas músicas com a ajuda de alguns artistas do ramo como: Humberto Teixeira, Salvador Miceli, Sebastião Rosendo e muitos outros. Foi cantador e sanfoneiro e ajudava seu pai a consertar sanfonas e trabalhar na roça, apesar de tentar se alistar no exercito ele não conseguio e então foi seguir sua carreira como músico.


A voz do sertão



Esse texto abaixo foi produzido para a 3º edição do Concurso de Redação (http://www.expedicaosemiarido.org.br/wordpress/) que ocorreu no dia 20 de maio de 2012, para a expedição do semiárido, acerca do Centenário de Luiz Gonzaga e sua Influência na Cultura do Semiárido. Texto escrito por Sabrynna Mirelly.

A voz do sertão

Rei do Baião, mestre da música e um grande homem, Luiz Gonzaga nascido em Exu, Pernambuco, no dia 13 de Dezembro de 1912, foi um compositor popular que aprendeu a ter gosto pela música ouvindo as apresentações de cantores nordestinos em feiras e festas religiosas. 

Homem honesto, de bom coração que assim como muitos começou com pouco, mas com luta e simplicidade conseguiu o muito com muita dignidade. Logo no inicio, quando migrou para o sul do Brasil, teve que fazer de tudo um pouco, inclusive tocar em bares de beira de cais, mas foi quando um homem o mandou tocar aquelas músicas boas do sertão que ele compôs dois chamegos que viraram febre depois que ele tocou na rádio em um show de calouros de Ary Barroso, pois como a rádio era o principal veículo de divulgação da época ele mostrou seu talento cantando Vira e Mexe que abriu caminho para que pudesse vir a ser contratado pela emissora Nacional.

No decorrer dos vários anos, Luiz Gonzaga estilizou e recriou a riqueza musical nordestina e popularizou gêneros regionais, como toada, aboio, xote, chamego e xaxado, abrindo as portas desse estilo musical para o centro-sul do país e simbolizando o que melhor se tem da música nordestina. 

Cabra bom que tocando sua sanfona, instrumento tão pouco ilustre daquela época, e vestindo-se como nordestino típico, conquistou o povo e a mídia que passaram a apreciar a sua música. Cantou as dores e os amores de um povo que ainda não tinha voz, mostrou a realidade que se escondia, ou que simplesmente era escondida.

Na canção Vozes da Seca, por exemplo, musica feita com seu brilhante parceiro Zé Dantas, ele diz “se o doutô fizer assim salva o povo do sertão”, o que mostra como ele era incrível em conseguir em uma só canção, com uma linguagem simples e regional abordar três temas tão polêmicos que é a política, a seca presente nesse sertão e a questão do povo que sofre com essa estiagem, tendo que pedir esmola. Então, ele pede que os políticos ajam e livrem o povo e o sertão da seca que os afligem.

Na música Triste Partida abordou a questão dos nortistas que iam embora da sua terra em busca de trabalho no norte ou sul, ou seja, os retirantes nordestinos, retratados também na Vida do Viajante. Falou muito da seca e também da poluição como no Xote ecológico, falou do que há de bom e de ruim nessa terra de “muié macho, sim senhô”. 

Sua obra é marcada pela inventividade, originalidade e qualidade do repertório. Asa branca é um exemplo de que ainda hoje a música de Gonzaga faz sucesso, pois é cantada em todos os cantos desse país, fazendo parte do imaginário popular.

Ele tornou-se referência para todas as gerações de cantores, compositores e sanfoneiros que vieram depois dele, influenciou grandes artistas como Geraldo Vandré, Gilberto Gil, Domiguinhos, entre outros, além de ser motivo de orgulho para todos nós, nordestinos.

Muitos podem até se perguntar como um homem que como alguns descreviam, usava roupas de bandido, ou seja, de Lampião, pôde ser considerado um dos melhores cantores da musica brasileira. Mas é ai que digo, foi por tudo isso, por ser sempre ele mesmo, que chegou aonde chegou, pois Luiz Gonzaga era a representação da alma de um povo, era a alma do nordeste cantando sua história, sempre com simplicidade e dignidade, atravessando barreiras e encantando todos por onde passava. 


terça-feira, 29 de maio de 2012

Festival homenageia centenário de Luiz Gonzaga em Campina Grande



-Duas noites de shows acontecem no Clube Campestre.
-Flávio José e Alcymar Monteiro estão entre as atrações.

Um festival com duas noites de shows em Campina Grande vai homenagear os 100 anos do nascimento de Luiz Gonzaga, considerado o Rei do Baião. Entre as principais atrações do festival estão Flávio José e Alcymar Monteiro. Os dois eventos acontecem no Clube Campestre.

No dia 28 de abril, o “Festival dos 100 anos de Gonzaga” recebe Flávio José, Ton Oliveira e Adriano José. Alcymar Monteiro, Niedson Lua e novamente Adriano José são as atrações do dia 12 de maio. As apresentações começam sempre às 22h.

Ingressos já estão à venda no Clube Campestre. Para o primeiro dia do festival, o ingresso está sendo vendido por R$ 40, e para o segundo, por R$ 30. Quem preferir ficar em mesas, a organização está vendendo o pacote para os dois dias por R$ 300, enquanto que apenas o primeiro dia está por R$ 240 e o segundo por R$ 150.



Receita - Canjica



INGREDIENTES: 

10 espigas de milho verde 
3 xícaras de leite de coco 
10g de manteiga 
1 colher (chá) de sal 
100g de açúcar 
5 cravos 

MODO DE PREPARAR: 

Tire o milho do sabugo. Passe o milho no moedor ou coloque água e passe no liqüidificador. Peneire o milho e acrescemnte os demais ingredientes. Leve ao forno mexendo sempre, até dar o ponto. Coloque em travessas e polvilhe com canela em pó. O caldo de milho deve ser grosso e extraído com um pouco de água.


segunda-feira, 28 de maio de 2012

Receita - Baião de dois




Ingredientes: 

1/2 kg de feijão verde, ou feijão de corda, que é feijão verde já seco 
200 g de toucinho defumado 
1 paio (cortado em rodelas) 
2 tabletes de caldo de bacon 
1 cebola grande picada ou ralada 
1 dente de alho amassado 
1 pimenta de cheiro amarela 
4 colheres (sopa) de óleo 
Salsinha ou coentro picado, de 1 colher (sopa) à 1 xícara 
2 e 1/2 xícaras (chá) de arroz 
150g de queijo de coalho (cortado em fatias finas) 

Preparo 

Lave o feijão e deixe o feijão de molho de véspera. 
No dia seguinte, cozinhe-o juntamente com o paio e o caldo de bacon dissolvido em dois e meio litros de água fria. 
Se usar o feijão mulatinho opte pela panela de pressão. 
Tampe a panela e deixe cozinhar em fogo baixo por cerca de 1 hora. 
Em outra panela, doure a cebola e o alho, no óleo. 
Junte o coentro e o arroz e refogue bem até ficar brilhante e um pouco transparente. 
Acrescente o feijão e o paio já cozidos, juntamente com o caldo. 
Misture bem, tampe a panela e deixe cozinhar até que o arroz fique cozido, úmido e com consistência cremosa. 
Durante o cozimento do arroz, se necessário adicione água, tomando o cuidado para não deixar a mistura ficar seca. 
Junte a salsinha e mexa com cuidado. 
Então, cubra o arroz com as fatias de queijo. 
Tampe a panela novamente e deixe que o vapor derreta o queijo. 

Sirva em uma travessa de barro acompanhado de um ou mais acompanhamentos abaixo: 

*Costelas de porco 
*Mandioca frita 
*Ovo frito 
*Carne de sol frita ou assada 
*Banana-da-terra cozida e picada ou com farinha de mandioca 

Dicas e Opções: 

Acrescente 1 pimentão vermelho grande picado ou verde. 
O toucinho é usado para dar gosto ao feijão. Se preferir, cozinhe o feijão com carne seca dessalgada e picada em pedaços pequenos. 
Use queijo mussarela ou queijo de minas no lugar de queijo de coalho, mas isso só se não achar, o que é uma peninha. 
Use manteiga de garrafa ao invés de óleo. 
O feijão pode ser substituído por mulatinho ou carioquinha, claro que não dá o mesmo resultado.



Receita - Mungunzá



INGREDIENTES: 

250g de milho branco ( também conhecido como canjica ) 
100g de açúcar 
2 xícaras de leite de coco 
2 colheres (chá) de sal 
4 cravos 
2 pedaços de canela de pau 

MODO DE PREPARAR: 

Coloque o milho de molho durante 12 horas. Em seguida retire a casca que envolve os grãos e cozinhe com água. Depois de cozido acrescente os demais ingredientes e deixe ferver até formar um caldo grosso.



Letra - A Triste Partida



                    

A Triste Partida


Meu Deus, meu Deus
Setembro passou
Outubro e Novembro
Já tamo em Dezembro
Meu Deus, que é de nós,
Meu Deus, meu Deus
Assim fala o pobre
Do seco Nordeste
Com medo da peste
Da fome feroz
Ai, ai, ai, ai
A treze do mês
Ele fez experiênça
Perdeu sua crença
Nas pedras de sal,
Meu Deus, meu Deus
Mas noutra esperança
Com gosto se agarra
Pensando na barra
Do alegre Natal
Ai, ai, ai, ai
Rompeu-se o Natal
Porém barra não veio
O sol bem vermeio
Nasceu muito além
Meu Deus, meu Deus
Na copa da mata
Buzina a cigarra
Ninguém vê a barra
Pois barra não tem
Ai, ai, ai, ai
Sem chuva na terra
Descamba Janeiro,
Depois fevereiro
E o mesmo verão
Meu Deus, meu Deus
Entonce o nortista
Pensando consigo
Diz: "isso é castigo
não chove mais não"
Ai, ai, ai, ai
Apela pra Março
Que é o mês preferido
Do santo querido
Sinhô São José
Meu Deus, meu Deus
Mas nada de chuva
Tá tudo sem jeito
Lhe foge do peito
O resto da fé
Ai, ai, ai, ai
Agora pensando
Ele segue outra tria
Chamando a famia
Começa a dizer
Meu Deus, meu Deus
Eu vendo meu burro
Meu jegue e o cavalo
Nóis vamo a São Paulo
Viver ou morrer
Ai, ai, ai, ai
Nóis vamo a São Paulo
Que a coisa tá feia
Por terras alheia
Nós vamos vagar
Meu Deus, meu Deus
Se o nosso destino
Não for tão mesquinho
Ai pro mesmo cantinho
Nós torna a voltar
Ai, ai, ai, ai
E vende seu burro
Jumento e o cavalo
Inté mesmo o galo
Venderam também
Meu Deus, meu Deus
Pois logo aparece
Feliz fazendeiro
Por pouco dinheiro
Lhe compra o que tem
Ai, ai, ai, ai
Em um caminhão
Ele joga a famia
Chegou o triste dia
Já vai viajar
Meu Deus, meu Deus
A seca terrívi
Que tudo devora
Ai,lhe bota pra fora
Da terra natal
Ai, ai, ai, ai
O carro já corre
No topo da serra
Oiando pra terra
Seu berço, seu lar
Meu Deus, meu Deus
Aquele nortista
Partido de pena
De longe acena
Adeus meu lugar
Ai, ai, ai, ai
No dia seguinte
Já tudo enfadado
E o carro embalado
Veloz a correr
Meu Deus, meu Deus
Tão triste, coitado
Falando saudoso
Com seu filho choroso
Iscrama a dizer
Ai, ai, ai, ai
De pena e saudade
Papai sei que morro
Meu pobre cachorro
Quem dá de comer?
Meu Deus, meu Deus
Já outro pergunta
Mãezinha, e meu gato?
Com fome, sem trato
Mimi vai morrer
Ai, ai, ai, ai
E a linda pequena
Tremendo de medo
"Mamãe, meus brinquedo
Meu pé de fulô?"
Meu Deus, meu Deus
Meu pé de roseira
Coitado, ele seca
E minha boneca
Também lá ficou
Ai, ai, ai, ai
E assim vão deixando
Com choro e gemido
Do berço querido
Céu lindo e azul
Meu Deus, meu Deus
O pai, pesaroso
Nos fio pensando
E o carro rodando
Na estrada do Sul
Ai, ai, ai, ai
Chegaram em São Paulo
Sem cobre quebrado
E o pobre acanhado
Percura um patrão
Meu Deus, meu Deus
Só vê cara estranha
De estranha gente
Tudo é diferente
Do caro torrão
Ai, ai, ai, ai
Trabaia dois ano,
Três ano e mais ano
E sempre nos prano
De um dia vortar
Meu Deus, meu Deus
Mas nunca ele pode
Só vive devendo
E assim vai sofrendo
É sofrer sem parar
Ai, ai, ai, ai
Se arguma notíça
Das banda do norte
Tem ele por sorte
O gosto de ouvir
Meu Deus, meu Deus
Lhe bate no peito
Saudade de móio
E as água nos óio
Começa a cair
Ai, ai, ai, ai
Do mundo afastado
Ali vive preso
Sofrendo desprezo
Devendo ao patrão
Meu Deus, meu Deus
O tempo rolando
Vai dia e vem dia
E aquela famia
Não vorta mais não
Ai, ai, ai, ai
Distante da terra
Tão seca mas boa
Exposto à garoa
A lama e o paú
Meu Deus, meu Deus
Faz pena o nortista
Tão forte, tão bravo
Viver como escravo
No Norte e no Sul
Ai, ai, ai, ai

Fonte: http://letras.terra.com.br

Letra - O xote das meninas


                    

O xote das meninas

Mandacaru
Quando fulora na seca
É o siná que a chuva chega
No sertão
Toda menina que enjôa
Da boneca
É siná que o amor
Já chegou no coração...

Meia comprida
Não quer mais sapato baixo
Vestido bem cintado
Não quer mais vestir timão...

Ela só quer
Só pensa em namorar
Ela só quer
Só pensa em namorar...

De manhã cedo já tá pintada
Só vive suspirando
Sonhando acordada
O pai leva ao dotô
A filha adoentada
Não come, nem estuda
Não dorme, não quer nada...

Ela só quer
Só pensa em namorar
Ela só quer
Só pensa em namorar...

Mas o dotô nem examina
Chamando o pai do lado
Lhe diz logo em surdina
Que o mal é da idade
Que prá tal menina
Não tem um só remédio
Em toda medicina...

Ela só quer
Só pensa em namorar
Ela só quer
Só pensa em namorar...

Mandacaru
Quando fulora na seca
É o sinal que a chuva chega
No sertão
Toda menina que enjôa
Da boneca
É sinal que o amor
Já chegou no coração...

Meia comprida
Não quer mais sapato baixo
Vestido bem cintado
Não quer mais vestir timão...

Ela só quer
Só pensa em namorar
Ela só quer
Só pensa em namorar...

De manhã cedo já está pintada
Só vive suspirando
Sonhando acordada
O pai leva ao doutor
A filha adoentada
Não come, num estuda
Num dorme, num quer nada...

Porque ela só quer, hum!
Porque ela só quer
Só pensa em namorar...

Mas o doutô nem examina
Chamando o pai do lado
Lhe diz logo em surdina
Que o mal é da idade
E que prá tal menina
Não tem um só remédio
Em toda medicina...

Porque ela só quer, oh!
Mas porque ela só quer, ai!
Mas porque ela só quer
Oi, oi, oi!
Ela só quer
Só pensa em namorar
Mas porque ela só quer
Só pensa em namorar
Ela só quer
Só pensa em namorar...  

Fonte: http://letras.terra.com.br


Letra - Asa branca


                    

Asa branca



Quando "oiei" a terra ardendo
Qual a fogueira de São João
Eu perguntei a Deus do céu, ai
Por que tamanha judiação

Eu perguntei a Deus do céu, ai
Por que tamanha judiação

Que braseiro, que fornaia
Nem um pé de "prantação"
Por farta d'água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão

Por farta d'água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão

Inté mesmo a asa branca
Bateu asas do sertão
"Intonce" eu disse, adeus Rosinha
Guarda contigo meu coração

"Intonce" eu disse, adeus Rosinha
Guarda contigo meu coração

Hoje longe, muitas légua
Numa triste solidão
Espero a chuva cair de novo
Pra mim vortar pro meu sertão

Espero a chuva cair de novo
Pra mim vortar pro meu sertão

Quando o verde dos teus "óio"
Se "espaiar" na prantação
Eu te asseguro não chore não, viu
Que eu vortarei, viu
Meu coração

Eu te asseguro não chore não, viu
Que eu vortarei, viu
Meu coração